O professor Aníbal Damasceno Ferreira, da PUCRS, criou a teoria de que a humanidade é movida por três apetites: a fome, o sexo e o fasma. Um de seus alunos afirmou, então, que se tratava da teoria dos três efes. Foi dessa conjectura que surgiu o personagem professor Valadares e toda a trama que confirma suas proposições no novo filme do cineasta gaúcho Carlos Gerbase, 3 Efes. O diretor utiliza as próprias deficiências técnicas em favor da história inusitada, o que agrega leves pitadas de humor ao enredo. Entretanto, algumas das circunstâncias em que a obra foi exibida comprometem a sua relação com o espectador, justamente pela inovação a que ele se propõe.
O longa expõe a história que sustenta a teoria dos três efes a partir da protagonista Sissi (Cris Kessler) que passa por dificuldades financeiras e, portanto, não tem condições de saciar sua fome, tentado superá-la através dos outros apetites. Por meio dela, surge a história de sua tia Martina (Carla Cassapo), uma excelente cozinheira que vive um casamento frustrado com o publicitário Rogério (Leonardo Machado), e acaba se apaixonando pelo papeleiro William (Paulo Rodrigues). Todos esses; somados a Giane (Ana Maria Marnieri), Betinho (Felipe de Paula), Heitor (Fábio Rangel), entre outros; acabam vendo suas rotinas cruzadas enquanto buscam saciar os desejos que acometem a humanidade.
Apesar de ser um drama, o filme tem um quê de comédia utilizando-se, para isso, exatamente de características resultantes de aspectos dos quais a maioria dos cineastas reclama: a falta de verba. 3 Efes teve o mísero investimento de 40 mil reais, tendo sido gravado em digital para poupar os custos com a película e utilizando-se de equipamentos precários de iluminação. Além disso, Gerbase optou por não colocar atores com muita fama no seu filme, elegendo artistas locais, que ensaiaram dois meses antes de gravarem as cenas. Ademais, o filme se utiliza de recursos gráficos que comprovam ainda mais a incorporação de uma estética simples e transforma isso em uma qualidade da obra.
Entretanto, o que é um tributo pode se transformar em falha dependendo do espaço que o espectador escolher para se apropriar do produto. Assim, a grande inovação de lançamento do filme põe a prova sua estética simplista. 3 Efes quebra as tradicionais janelas de exibição, sendo lançado simultaneamente no cinema, na internet, na televisão e em DVD, sem nenhuma adaptação de linguagem. Com isso, relega a preocupação com o público, que tem sua recepção prejudicada em alguns desses meios, exatamente pela ausência da adequação. A idéia é ótima, pois nada melhor do que utilizar mais de uma forma de exibição para potencializar o público e a vida útil do filme. Porém, embora a experiência tenha seu valor pela ousadia, ainda deixa muito a desejar na compatibilização das etapas da cadeia produtiva de produtos audiovisuais e na utilização das ferramentas dos novos meios de exibição, especialmente a internet.
O longa expõe a história que sustenta a teoria dos três efes a partir da protagonista Sissi (Cris Kessler) que passa por dificuldades financeiras e, portanto, não tem condições de saciar sua fome, tentado superá-la através dos outros apetites. Por meio dela, surge a história de sua tia Martina (Carla Cassapo), uma excelente cozinheira que vive um casamento frustrado com o publicitário Rogério (Leonardo Machado), e acaba se apaixonando pelo papeleiro William (Paulo Rodrigues). Todos esses; somados a Giane (Ana Maria Marnieri), Betinho (Felipe de Paula), Heitor (Fábio Rangel), entre outros; acabam vendo suas rotinas cruzadas enquanto buscam saciar os desejos que acometem a humanidade.
Apesar de ser um drama, o filme tem um quê de comédia utilizando-se, para isso, exatamente de características resultantes de aspectos dos quais a maioria dos cineastas reclama: a falta de verba. 3 Efes teve o mísero investimento de 40 mil reais, tendo sido gravado em digital para poupar os custos com a película e utilizando-se de equipamentos precários de iluminação. Além disso, Gerbase optou por não colocar atores com muita fama no seu filme, elegendo artistas locais, que ensaiaram dois meses antes de gravarem as cenas. Ademais, o filme se utiliza de recursos gráficos que comprovam ainda mais a incorporação de uma estética simples e transforma isso em uma qualidade da obra.
Entretanto, o que é um tributo pode se transformar em falha dependendo do espaço que o espectador escolher para se apropriar do produto. Assim, a grande inovação de lançamento do filme põe a prova sua estética simplista. 3 Efes quebra as tradicionais janelas de exibição, sendo lançado simultaneamente no cinema, na internet, na televisão e em DVD, sem nenhuma adaptação de linguagem. Com isso, relega a preocupação com o público, que tem sua recepção prejudicada em alguns desses meios, exatamente pela ausência da adequação. A idéia é ótima, pois nada melhor do que utilizar mais de uma forma de exibição para potencializar o público e a vida útil do filme. Porém, embora a experiência tenha seu valor pela ousadia, ainda deixa muito a desejar na compatibilização das etapas da cadeia produtiva de produtos audiovisuais e na utilização das ferramentas dos novos meios de exibição, especialmente a internet.
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Este filme foi lançado em dezembro do ano passado. Entretanto, devido a seu baixo número de espectadores, creio que ainda vale a pena falar sobre ele. Pretendo escrever algo novo para postar ainda hoje. Porém, devido a minha falta de tempo, por enquanto, fica esta dica.
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