sexta-feira, novembro 28, 2008

Cidadão Instigado

Aqui, do meu humilde conhecimento musical, queria indicar a melhor banda que descobri nos últimos tempos. Confesso não ser uma profunda conhecedora de ritmos, acordes e melodias. Porém, acho que no dia-a-dia mesmo nosso ouvido acaba adquirindo alguma sensibilidade e discernimento para saber o que tem algum valor. Que tipo de música é?! Bom... é difícil descrever com precisão. É uma tentativa (bem sucedida, na minha opinião) de misturar música nordestina, rock dos 70, música brega e talvez alguns temperos a mais. O grupo surgiu em 1999, em Fortaleza (CE), mas só tive contato com ele há poucos dias. Infelizmente. Se você já ouviu falar, ótimo. Se não, dá uma olhada lá.
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É... eu não sei fazer o vídeo aparecer direto aqui. Alguém me ajuda?

quinta-feira, novembro 20, 2008

Valentín: un niño que enfrenta la crueldad del mundo de los adultos

Cualquier uno que tuvo infancia sabe que nos es fácil crecer y encarar los problemas de la vida. Cuando chicos, somos protegidos por los adultos, que nos mantienen aislados en un mundo de fantasía. Entonces, de un día a otro, todo en lo que creíamos se derruí y pasamos a no entender más nada. Mientras el mundo nos desengaña, perdimos la fe en nuestras propias creencias. ¿Quién nunca ha deseado vivir eternamente en la dulce infancia? No siendo ello viable, ¿sería mejor depararnos con toda la realidad del mundo y de la sociedad desde que nacimos? ¿Tendríamos fuerza y madurez para soportar la verdad? Por otro lado, ¿será que la vida de los niños es realmente tan fácil y feliz?
La película Valentín, dirigida por Alejandro Agresti, hace sus espectadores reflexionaren sobre todo eso de una forma tan interesante como dolorosa. Después de los longas-metrajes El hombre que ganó la razón, Buenos Aires Viceversa, La Cruz y El viento se llevó lo que, Agresti decidió basarse en su propia infancia para contar la historia de un niño de nueve años que vive en los años sesenta y que ve sus creencias se derrumbaren poco a poco de acuerdo con los problemas que enfrenta. La película es narrada a través del punto de vista de Valentín, interpretado por Rodrigo Noya, que cuenta su propia historia y revela sus angustias tan profunda y verosímilmente que parece que somos nosotros quien estamos vivenciando aquella situación. La actuación de Rodrigo es tan sublime y cautivante que incita reflexiones sobre como un niño tiene la capacidad de absorber tan profundamente el dolor de problemas que jamás ha vivenciado. Principalmente cuando vemos que, aunque tope con situaciones en las cuales no sabe exactamente como provenir, Valentín demuestra una madurez casi irreal para encararlas. Digo casi porque, aunque para algunos la sensatez del protagonista pueda parecer falsa, ya he conocido niños dotados de una comprensibilidad aparentemente tan increíble como la de el. Ciertamente el director compuso su personaje con base en las reflexiones que tiene hoy en día de su pasado, lo que podría hacer el filme perder la ingenuidad de las observaciones del niño tal como niño. Pero, en ningún momento el toque adulto de Agresti torna artificial la película. Interponiendo momentos de madurez y momentos de total incomprensión y inconformidad con la vida, Agresti compone el niño con ingenuidad en medida cierta para dar verosimilitud al personaje.
Valentín vive con su abuela – que gana vida en la película a través de la brillante actriz española Carmen Maura – pues, desde que sus padres se separaron, su madre está desaparecida y su padre está siempre tan ocupado que dedica poquísimo tiempo a él. La única persona de su familia con quien el muchachito puede contar es su abuela. Por ello, él empieza a desesperarse cuando se da cuenta de que ella no está muy bien de salud. A lo contrario de lo que parece hasta aquí, la vida del niño no es sólo aflicciones, pero también sueños con su futuro. Valentín pasa sus días entrenando para ser astronauta, escuchando algunos de los sucesos del pop rock argentino de la época, poniendo atención a las historias melancólicas de su abuela y huyendo de ella para aprender a tocar piano con su amigo y vecino Rufo, que a pesar de ser mucho más viejo que Valentín, parece identificarse demasiado con él. Además de ello, llama la atención en la película la forma como Agresti introduce cuestiones sociales de la época – por ejemplo, el viaje del hombre a la luna y los prejuicios a los judíos y comunistas – las vinculando a cuestiones del diario del niño y de las personas que conviven con él. En medio a todo eso, Valentín se va conociendo y preparando la narrativa para un final sorprendente.
La película encanta principalmente por su simplicidad, pues, aunque a la mirada se note una razonable estética y lenguaje, lo que más cautiva es la estupenda actuación de los actores y la naturalidad como trata un tema tan amargo, que asola la vida de muchos niños. No fue por nada que fue considerada la mejor película argentina del año de su lanzamiento. Es de quitar el resuello de cualquiera.
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Lo prometido es deuda!

terça-feira, novembro 11, 2008

Dissecando o amor

Insistentemente eu lhe direcionava olhares e palavras repletos de subtextos. Ele insistentemente fugia de meus olhares e de minhas palavras. Apenas quando inevitável, restringia-se a responder “sim” ou “não”. Raramente, deixava escapar um “por quê?”, fingindo certo interesse. De repente, começou a me telefonar incansavelmente sem nem saber por quê: “Onde estás?”, “Como estás?”, “O que estás fazendo?”. Esperava eu responder, convidá-lo para algo, inventava uma desculpa qualquer nada convincente e desligava. Depois de um ou dois meses, não recordo bem, encontrei-o propositadamente numa festa. Ele cumprimentou alguns conhecidos, acenou-me de longe e dirigiu-se ao outro lado da pista de dança da boate, como um bichinho acanhado que se encolhe num canto quando se depara com locais ou seres desconhecidos. Eu estava lá só por causa dele, mas parecia que ele não entendia e insistia em me ignorar. Não conhecia nem uma pitadinha da minha persistência. Qualquer uma já teria desistido por orgulho, por raiva ou simplesmente por desilusão, por achá-lo um tremendo pateta. Mas eu atravessei a pista em direção ao bar, escolhi um aperitivo qualquer, sem muito interesse nem preocupação em saber o que estava bebendo, e discretamente deslizei meus olhos pelo ambiente, buscando aquele rosto apoucado. Pela timidez ele se esconderia fácil, fácil, mas sua cabeleira loira e seus olhos azuis reluzentes o denunciariam sempre, em qualquer lugar, por mais escuro que fosse: estava sozinho, asilado num canto qualquer. Fui até ele, ofereci minha bebida, tentei esboçar algum tipo de diálogo, mas ele não parecia muito interessado na conversa. Despejei milhares de palavras desconexas que pareciam não lhe fazer o mínimo sentido. Então, diante da falta de interesse em meu papo, ele me beijou.
Nos dias seguintes, ele fazia questão de me cumprimentar e direcionar sobre mim algumas palavras que demonstrassem seu duvidoso interesse. Falava coisas sem importância, calava, ficava vermelho e me convidava para almoçar. Nos dias seguintes, eu descobri que, finalmente, me livrara do outro. Calava, falava coisas sem importância e aceitava o convite. Foi tudo indo assim, meio devagarzinho, como um tumor que a gente nem sabe que existe e, de repente, quando o percebemos já tomou conta de nós. Ele continuava com o mesmo jeito desajeitado e inibido, mas pelo menos não ignorava mais meus olhares e palavras. Um dia, senti um desejo absurdo de abrir meu coração e contar-lhe tudo, mas um temor e uma vergonha terrível tomaram conta de mim. Não consegui pronunciar nenhuma palavra de uma única sílaba que fosse, e meu sangue subiu como nunca e parecia estar todo ele disputando espaço na minha pequena e delicada face. O resto do corpo gelou, mas minha cara pegava fogo só de pensar. Havia momentos em que ele parecia um total desconhecido para mim, mesmo depois de mais de um ano convivendo quase que diariamente. Sentia-me retraída e parecia outra pessoa diante daquele ser que eu amava tanto. Definitivamente, não era eu.
Ele sorria charmosamente na minha direção, fazia-me cosquinhas, abraçava-me docilmente, me colocava apelidos idiotas, que pareciam os mais românticos do mundo. Mas faltava algo e era algo difícil de descobrir o que era, mas fácil de perceber que não podia faltar. De repente, percebi que novamente eu lhe dirigia olhares não correspondidos, perguntas sem respostas, longos monólogos em que minha voz retumbava na sala e voltava para mim após encontrar as paredes. Meu telefone não tocava mais, nem para esboçar aquelas secas e forçadas palavras. Passavam-se dias, então eu ligava e ele perguntava: “Onde estás?”, “Como estás?”, “O que estás fazendo?”, fingindo alegria em receber minha ligação. Esperava eu responder, convidá-lo para algo, inventava uma desculpa qualquer nada convincente e desligava. Certo dia, irritei-me e deixei a raiva e a tristeza consumirem-me, mas não liguei. Depois de uma semana, esbarramo-nos por acaso, e ele teve de me dar alguma satisfação – mínima, que fosse. Então, percebi o temor que ele também sentia de mim, mesmo depois de dois anos de convivência quase que diária. Ficou rodeando, rodeando, soltando palavras sem sentido algum, tentando formar frases que beiravam à esquizofrenia. Eu não entendia nada, não sabia de onde ele tinha partido, onde ele estava e, muitos menos, onde queria chegar. Assim, tive um lapso de coragem instantâneo e falei o que antes temia mortalmente: “Eu te amo”. Era tarde, eu já sabia. Mas era cedo demais ainda para ele. Mais um silêncio ignorava as minhas palavras, mas, àquela altura, eram apenas palavras, antes nunca ditas, tampouco ouvidas.
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OBS: Devo a tradução do Valentín... eu sei. Tá quase... quase...

sábado, novembro 01, 2008

Valentín: uma criança que enfrenta a crueldade do mundo adulto

Qualquer um que teve infância sabe que não é nada fácil crescer e encarar os problemas da vida. Quando somos pequenos, os adultos nos protegem, mantendo-nos ilhados num mundo de fantasia. Então, de um dia para o outro, tudo aquilo em que acreditávamos desmorona e passamos a não entender mais nada. Enquanto o mundo nos desilude, vamos perdendo a fé em nossas próprias crenças. Quem já não desejou poder viver eternamente na doce infância? Não sendo isso viável, será que seria melhor nos depararmos com toda a realidade do mundo e da sociedade desde que nascemos? Será que teríamos força e maturidade para suportar a verdade? Por outro lado, será que a vida das crianças é realmente tão fácil e feliz assim?
O filme Valentín, dirigido por Alejandro Agresti, faz com que seus espectadores reflitam sobre tudo isso de uma maneira tão interessante quanto dolorosa. Depois dos longas-metragens El hombre que ganó la razón, Buenos Aires Viceversa, La Cruz e El viento se llevó lo que, Agresti decidiu se basear na sua própria infância para contar a história de um menino de nove anos que vive nos anos 60 e que vê suas crenças desabando pouco a pouco de acordo com os problemas que vem enfrentando. O filme é narrado do ponto de vista do garoto Valentín, interpretado por Rodrigo Noya, que vai contando sua própria história e revelando suas angústias de uma maneira tão profunda e verossímil, que parece que estamos em sua pele. A atuação de Rodrigo é tão sublime e cativante, que incita reflexões sobre como uma criança teria a capacidade de absorver tão profundamente a dor de problemas que jamais enfrentou. Ainda mais quando vemos que apesar de lidar com situações com as quais não sabe exatamente como proceder, Valentín demonstra uma maturidade quase irreal para enfrentá-las. Digo quase porque, embora para alguns a sensatez do protagonista possa soar falsa, já me deparei com crianças dotadas de uma compreensibilidade aparentemente tão incrível quanto a dele. Certamente o diretor compôs seu personagem com base nas reflexões que tem hoje de seu passado, o que poderia fazer com que o filme perdesse a ingenuidade das observações da criança enquanto criança. Entretanto, em momento algum o dedo adulto de Agresti artificializa o filme. Intercalando momentos de maturidade com momentos de total incompreensão e inconformismo com a vida, Agresti compõe a criança com ingenuidade na medida certa para dar verossimilhança ao personagem.
Valentín vive com sua avó – que ganha vida através da brilhante atriz espanhola Carmen Maura – pois, desde que seus pais se separaram, sua mãe está desaparecida e seu pai é tão ocupado que dedica pouquíssimo tempo a ele. A única pessoa da família com que o garoto pode contar é sua avó, por isso ele começa a entrar em desespero quando nota que ela não está muito bem de saúde. Ao contrário do que aparenta até aqui, a vida da criança não é feita somente de aflições, mas também de sonhos em relação ao futuro. Valentín passa seus dias treinando para ser astronauta, escutando alguns sucessos do pop rock argentino da época, ouvindo as histórias melancólicas e saudosistas da sua avó e fugindo dela para aprender a tocar piano com seu amigo e vizinho Rufo, que, apesar de ser bem mais velho que Valentín, parece se identificar deveras com ele. Além disso, chama atenção no filme a maneira como Agresti insere questões da sociedade da época – como a chegada do homem ao espaço e o preconceito em relação aos judeus e comunistas – vinculando-as a questões do dia-a-dia da criança e das pessoas que com ela convivem. Em meio a tudo isso, Valentín vai se conhecendo e preparando a narrativa para um final surpreendente.
O filme encanta principalmente por sua simplicidade, pois ainda que aparentemente o filme não deixe nada a desejar em questões de estática e linguagem, o que mais cativa nele é a atuação brilhante dos atores e a naturalidade com que trata um tema tão amargo, que assola a vida de muitas crianças. Não é à toa que foi considerado o melhor filme argentino no ano em foi lançado. É de tirar o fôlego de qualquer um.
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OBS: Mañana voy a traducir ese texto al español para que ustedes, amigos castellanos, lo compreendan mejor. Besotes!