quinta-feira, outubro 28, 2010

Ainda que leve muito tempo

A noite aureolada que invadiu teu espaço e o meu surpreendendo-nos embebidos
O dia que amanheceu tomado de vazio e saudade despertando-nos perdidos
A barca e a maré que nos levam sem rumo até o destino a que ainda não chegamos
O sonho que incertamente seguro guia a corrente devolvendo-nos a razão
As amêndoas castanhas cujo brilho vaga em rota circular atraindo-me dia-a-dia
A voz que me da calma e coragem no meio do turbilhão em que vivemos
O sol que se levanta mais quente e resplandecente conforme passa o tempo
Que me desperta adormecendo-me em sonhos que me reconducem ao caminho
O que seria de nós se as linhas paralelas de fato não se cruzassem?
O que aconteceria se o tempo e o espaço nunca resultassem em simbiose?
Voltaríamos a nos encontrar e a nos perder no meio de tudo e de nada
Para construir a cada encontro paredes mais árduas que jamais se dissoverão...

Caracoles

Tardaron años en brotar y crecer pero se han destrozado en segundos
Las tijeras convirtieron su palpable inmensidad en un infinito inalcanzable
Sin embargo sigue ahí expresada la esencia inmensurable y pura del ser
Que se manifiesta insuficientemente en la rebeldía de los caracoles de tu pelo.

domingo, outubro 24, 2010

Karma

Cada paso mío nos deja una marca
Una marca que nuestros ojos no ven
Pero que la sienten mis plantas y tu alma
Una marca que nos da dolor y nostalgia
Cómo se un cuchillo nos hubiera clavado el corazón
Una marca que la percibimos desde lejos
Mas que se encuentra profundamente retenida
Una marca que intento aliviar soplándola
Que busco alejar y olvidar con mi disfrazada sonrisa
Aunque sepa que jamás se borrará de todo
Porque es nuestro karma cargarla
Por todo que nos resta de existencia.

domingo, outubro 17, 2010

El dibujo de los sudores

Una gota de sudor pingó desde mi corazón
Se lanzó sobre mi vientre sin rumbo
Deslizó alrededor de mi cuerpo
Se despegó llevando la parte invisible de mí
Buscó tus labios sonrientes y callados
Se reunió al sudor que surgía de tu pecho
Llevó consigo todo que te permeaba
Formó una nueva gota de sudor sin dueño
Una gota que se cayó hacia el suelo
Y que jamás podrá volver a ser la misma.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Raíces

¿Ves las raíces que nacieron ahí?
Tan fuertes, fijas y frágiles a la vez
Te alimentan y en seguida te producen hambre
Te sacan la comida de los labios y sólo te queda antojo
Crecen de la nada y se rompen cuando menos lo esperas
Raíces que en un rato ves ahí y de pronto ya no están
Avivan las hojas verdes y luego te dejan las secas
¿Por qué están ahí estas raíces?
Inciertas, incoherentes, inolvidables.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Concretas-vagas lembranças

Te desenho num espaço invisível
e aperto tua mão no vácuo da tua ausência.
Teu corpo ainda pesa sobre o meu no ar que me rodeia
e sinto teu coração pulsar junto a meu peito vazio.
Me ruborizo em frente a teu olhar que já não está
mas que segue aí presente, ausente, sensível.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Chora, água!

Água que pinga e retumba na banheira vazia,
que trasbordou o amor de dois corpos desnudos.
Água que purifica e polui almas e mentes
na banheira que ainda guarda vivas recordações.
Água que nos abarrota de amor e dores
de um querer que ainda é, mas não pode ser.
Água que chora lágrimas impossíveis para os olhos.
Água.

terça-feira, outubro 05, 2010

Escoando-me

Sabe o que senti ao olhar aquele imenso mar translúcido?
Fechei meus olhos e me atirei de cabeça num belo dia de sol
À energia da correnteza das águas me entreguei e me calei
Quando acordei o ralo se abriu e levou tudo ao meu redor.
Eu fiquei.