Depois de permanecer calada por dois dias, sem mexer sequer uma palha para explicar à população as acusações apontadas pelo Partido Socialismo e Liberdade contra o seu governo, Yeda Crusius resolveu se manifestar. Ignorou toda a imprensa gaúcha, que ansiava por uma palavra sua, para conceder, na sexta-feira, entrevista a um veículo de alcance nacional (Agência Estado) e mostrar (para todo o Brasil) como uma governadora deve se portar em relação a denúncias da oposição.
Na quarta-feira, o PSOL chamou a imprensa para uma entrevista coletiva em que apresentou declarações fortíssimas contra o governo estadual. Segundo integrantes da legenda, eles tiveram acesso a provas – que estariam sob domínio do Ministério Público Federal – que fazem parte do processo que investiga o desvio de R$ 40 milhões do Detran e que comprovariam o envolvimento de integrantes do governo estadual na fraude. Apesar disso, Yeda acha que não deve explicações, pois confia na capacidade de discernimento do povo, que, segundo ela, não gosta de atitudes covardes como essas (qualificando as ações do PSOL). A governadora ainda comentou que isso “é uma seqüência da campanha dos outdoors [realizada pelos sindicatos], à qual o povo, que está ultrajado por essas acusações, reagiu indignado”. Eu, e creio que muita gente, gostaria que Yeda mostrasse essas reações indignadas da população em relação às “difamações contra o governo” porque, por enquanto, só o que vejo são manifestações de decepção e/ou desconfiança em relação ao governo do Estado.
Não bastasse isso, Yeda ainda disse: “Trata-se de uma técnica usada para tentar desviar o foco do bom momento do governo. Colocamos as contas em dia...”. Entretanto, a declaração foi feita exatamente no mesmo dia em que foi anunciado déficit nas contas públicas do mês de fevereiro. Segundo o secretário estadual da fazenda, Ricardo Englert, deverão faltar R$ 142,1 milhões para pagar as contas deste mês, pois a arrecadação dos vinte primeiros dias do ano ficou R$ 20 milhões abaixo do que esperado. Diante disso, só é possível chegar a uma conclusão: ou a governadora não sabe o que se passa no próprio governo ou suas declarações não passam de demagogias, pois, enquanto elogia a inteligência do povo, nas entrelinhas, subestima sua capacidade de avaliação de discurso.
Para piorar, depois de acusar o PSOL de rebaixar o nível da discussão política, afirmando que “parece que eles, por não terem o que dizer, usam armas que não são próprias da política gaúcha”, Yeda declarou não estar em busca de provas para comprovar sua inocência porque sua mãe lhe ensinou “a não responder a provocações de bêbado de porta de bar”. Devo então concluir que é este o modo decente como se deve discutir política no Estado. Não é o que acha o PSOL, que está avaliando a possibilidade de ir à justiça contra as palavras da governadora – que, segundo Luciana Genro, deputada federal pelo partido, não passam de ataques morais. Para a deputada, Yda “está se demonstrando desequilibrada e talvez, antes de ser deposta do governo, tenha que ser interditada porque parece que não tem mais nenhum equilíbrio para fazer o debate político no Estado”.
Para não faltar mais nada, Yeda acusou o PSOL de requentar acusações para utilizar a imprensa como massa de manobra para propósitos golpistas, visando às eleições de 2010. Já é sabido que na proximidade de anos eleitorais cada um utiliza as armas que tem em favor próprio. Pois foi exatamente nesta obviedade que a governadora pisou na bola. Se o governo pensava em entrar na justiça contra as acusações do PSOL, agora deu a oportunidade de o partido também ter um motivo para querer enfrentá-lo judicialmente. No caso, a vantagem parece ser do PSOL, que – além de ter como álibi o suspeito suicídio de uma testemunha importante da fraude no Detran (ex-assessor do governo gaúcho em Brasília, Marcelo Cavalcante) – dependendo das circunstâncias, poderá solicitar na justiça que o Ministério Público apresente as provas de um processo que está em sigilo.
Na quarta-feira, o PSOL chamou a imprensa para uma entrevista coletiva em que apresentou declarações fortíssimas contra o governo estadual. Segundo integrantes da legenda, eles tiveram acesso a provas – que estariam sob domínio do Ministério Público Federal – que fazem parte do processo que investiga o desvio de R$ 40 milhões do Detran e que comprovariam o envolvimento de integrantes do governo estadual na fraude. Apesar disso, Yeda acha que não deve explicações, pois confia na capacidade de discernimento do povo, que, segundo ela, não gosta de atitudes covardes como essas (qualificando as ações do PSOL). A governadora ainda comentou que isso “é uma seqüência da campanha dos outdoors [realizada pelos sindicatos], à qual o povo, que está ultrajado por essas acusações, reagiu indignado”. Eu, e creio que muita gente, gostaria que Yeda mostrasse essas reações indignadas da população em relação às “difamações contra o governo” porque, por enquanto, só o que vejo são manifestações de decepção e/ou desconfiança em relação ao governo do Estado.
Não bastasse isso, Yeda ainda disse: “Trata-se de uma técnica usada para tentar desviar o foco do bom momento do governo. Colocamos as contas em dia...”. Entretanto, a declaração foi feita exatamente no mesmo dia em que foi anunciado déficit nas contas públicas do mês de fevereiro. Segundo o secretário estadual da fazenda, Ricardo Englert, deverão faltar R$ 142,1 milhões para pagar as contas deste mês, pois a arrecadação dos vinte primeiros dias do ano ficou R$ 20 milhões abaixo do que esperado. Diante disso, só é possível chegar a uma conclusão: ou a governadora não sabe o que se passa no próprio governo ou suas declarações não passam de demagogias, pois, enquanto elogia a inteligência do povo, nas entrelinhas, subestima sua capacidade de avaliação de discurso.
Para piorar, depois de acusar o PSOL de rebaixar o nível da discussão política, afirmando que “parece que eles, por não terem o que dizer, usam armas que não são próprias da política gaúcha”, Yeda declarou não estar em busca de provas para comprovar sua inocência porque sua mãe lhe ensinou “a não responder a provocações de bêbado de porta de bar”. Devo então concluir que é este o modo decente como se deve discutir política no Estado. Não é o que acha o PSOL, que está avaliando a possibilidade de ir à justiça contra as palavras da governadora – que, segundo Luciana Genro, deputada federal pelo partido, não passam de ataques morais. Para a deputada, Yda “está se demonstrando desequilibrada e talvez, antes de ser deposta do governo, tenha que ser interditada porque parece que não tem mais nenhum equilíbrio para fazer o debate político no Estado”.
Para não faltar mais nada, Yeda acusou o PSOL de requentar acusações para utilizar a imprensa como massa de manobra para propósitos golpistas, visando às eleições de 2010. Já é sabido que na proximidade de anos eleitorais cada um utiliza as armas que tem em favor próprio. Pois foi exatamente nesta obviedade que a governadora pisou na bola. Se o governo pensava em entrar na justiça contra as acusações do PSOL, agora deu a oportunidade de o partido também ter um motivo para querer enfrentá-lo judicialmente. No caso, a vantagem parece ser do PSOL, que – além de ter como álibi o suspeito suicídio de uma testemunha importante da fraude no Detran (ex-assessor do governo gaúcho em Brasília, Marcelo Cavalcante) – dependendo das circunstâncias, poderá solicitar na justiça que o Ministério Público apresente as provas de um processo que está em sigilo.
Um comentário:
Na verdade a nossa política encena um show de horrores. Já não basta a roubalheira, descaso e incompetência do Governo Estadual, a própria oposição tem se comportado de forma grosseira e ineficaz.
No caso em questão, o Psol fez uma manobra perigosa ao acusar Yeda sem as provas que diz existirem. Porém, ainda pode dar a volta por cima caso realmente exista uma investigação sobre a governadora - com substância.
Já Yeda não tem para onde correr. A arrogância com que tem agido - com a qual parece fazer questão de agir - já está partindo para a insensatez, como na desastrosa declaração feita sobre os integrantes do Psol.
Na bagunça que gere o Estado, quem se dá mal é o gaúcho que não tem emprego - e quando tem, é mal pago - não tem qualidade de vida, não tem mais respeito por seus líderes - e nem é respeitado por eles.
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